Conheça o Hospital-Dia do Instituto A Casa
O Hospital-Dia é o viés de tratamento mais antigo e o que dá origem ao Instituto A Casa.
Pensado como alternativa aos tratamentos manicomiais, o HD oferece sustentação grupal e institucional aos pacientes, todos os dias, das 10 às 17 horas.
Ao chegar no HD o paciente é acolhido pela equipe e passa a se inserir nos grupos terapêuticos e atividades em geral. O contrato inicial é feito para que a pessoa entre, o quanto antes, em um grupo de psicoterapia e terapia ocupacional. Em seguida, é pensado, juntamente com o paciente e seus familiares, um projeto clínico que define os horários e grupos que irá participar.
Os grupos de psicoterapia e os de terapia ocupacional se reúnem duas vezes por semana, os demais, uma vez por semana, de manhã ou à tarde. Os pacientes em período integral participam de dois ou mais grupos por dia. Há horário para o almoço e o que chamamos de espaço livre – quando os pacientes podem se organizar livremente, escolhendo a melhor forma de ocupar o tempo, organizando jogos, combinando programas para o fim de semana ou conversando.
Há também um momento para conversas individuais com os terapeutas, muito importante quando o paciente tem dificuldade de tratar certas questões em seu grupo de psicoterapia. Nesse espaço mais reservado, o terapeuta facilita uma aproximação mais informal do paciente com os demais e o acompanha em momentos de muita solidão. Muitas vezes é essa a oportunidade do paciente experimentar o compartilhar de algo que quebre com a solidão do monólogo psicótico.
Desta forma, vamos criando um ambiente familiar no qual a pessoa vai encontrando um espaço próprio através da relação com os terapeutas e do contato com os outros pacientes.
EQUIPE DO HOSPITAL DIA
- Ana Luiza Guedes Ferreira – Terapeuta Ocupacional – CREFITO 23838-TO
- Anne Caroline Dias Silva – Psiquiatra
- Camila Costa Oliveira – Psicóloga
- César Bozzola Neto – Psiquiatra
- Cynthia Gonçalves Gindro – Psicóloga
- Felipe de Araújo Rossa – Psicólogo
- Fernanda Draganov Gelesko – Psicóloga
- Fernando Carvalho Lima Ramos – Psicólogo
- Gabriel Mathias Rezende – Psicólogo
- Gabriela de Macedo Benedito – Médica Psiquiatra
- Luca Schilling Gonçalves – Médico Psiquiatra
- Maria Stephanie de Lima Buso – Psicóloga
- Mariana Livia Batista – Terapeuta Ocupacional – CREFITO – 14009-TO
- Marina Trombim da Cunha – Psicóloga
- Nataly Karine Pereira – Psicóloga
- Raphael Galuppo – Psicólogo
- Rogéria Neubauer – Psicanalista
- Tiago Silva Pires Mascarenhas – Psicólogo
Grupo de psicoterapia
No momento temos cinco grupos de psicoterapia funcionando no HD. Trata-se de um grupo predominantemente verbal, que funciona duas vezes por semana com um número mais reduzido de pacientes. São grupos que acontecem sempre com os mesmos pacientes e terapeutas.
Trabalhamos através de dois eixos básicos: o vertical e o horizontal. O vertical se dá pela atuação mais direta dos coordenadores, com o intuito de criar um espaço de acolhimento no qual o paciente possa pensar e falar sobre si. O horizontal consiste na atuação de todos os membros do grupo entre si; é em ambos os eixos e na combinação deles que se dá um exercício de expressão e simbolização dos mais relevantes no tratamento no hospital-dia.
É neste contexto que é possível que cada um tenha sua história e suas questões testemunhadas e validadas por um coletivo, podendo, com isso, compartilhar e encontrar no outro/grupo um sentido para si e uma identidade própria.
Grupo de terapia ocupacional
Atividades da Terapia Ocupacional:
Privilegia formas não-verbais de expressão por meio de utilização de materiais como argila, tinta, madeira e outros. É colocada em evidência a possibilidade de produção do paciente, podendo haver um encontro concreto com algo criado, projetado e realizado por ele próprio. O paciente é acompanhado por um terapeuta, com quem pode conversar sobre seu trabalho, suas dificuldades ou buscar sugestões artísticas. O terapeuta acompanha e facilita a comunicação do paciente, pois às vezes é impossível ele se expressar verbalmente. Quando o grupo realiza produções coletivas, em que há uma divisão social do trabalho, o terapeuta facilita a entrada dos pacientes no processo em que não conseguem se inserir.
Grupo de Culinária
Este grupo acontece às segundas feiras pela manhã. Por ser o primeiro momento de encontro após o final de semana nós costumamos fazer um café da manhã longo. Acolhemos as demandas e cuidamos para criar um clima grupal, no qual cada paciente possa ingressar num mundo mais coletivo e se descolar de suas questões pessoais tão acentuadas pelo final de semana.
Em seguida começamos a atividade. Uma semana nós conversamos e fazemos uma votação sobre o prato que iremos preparar. Na semana seguinte nós cozinhamos. Há mais ou menos seis anos que utilizamos a culinária como dispositivo grupal. Por ser uma atividade com objetivo bastante definido ela é interessante para este período do dia, pois ao nos propormos a cozinhar -preparar o almoço do HD – criamos uma tarefa que ajuda muito a organizar as angústias tão dispersas do fim de semana.
Assim, na hora do almoço comemos todos juntos e os pacientes já estão muito mais apropriados do espaço e do clima institucional podendo sair, o quanto possível, do limbo individual.
Grupo da Rádio Ô Lá em Casa
Todas as quartas-feiras, entre 10:00 e 12:00, transmitimos nossa web rádio ao vivo! Músicas e programas especiais sobre música, livros, moda, poesia, dicas dos mais variados temas, política… aqui, todas as vozes importam! Quer conferir?
Grupo dos Homens
Macholandia para os íntimos! Este grupo que acontece toda semanas, às quintas-feiras, funciona como aquele lugar da casa onde os homens ficam batendo papo, contando vantagens e mentiras; tirando sarro dos outros e gostando de ser ridículo entre os amigos. De vez em quando nos fantasiamos num bar, num estádio de futebol, numa parada da Av. Paulista ou na pista de skate!
Os desafios modernos dos homens nos exigem grande união e cumplicidade masculina! Claro, com muita, muita ternura!
Grupo de passeio
Este grupo ocorre às sextas feiras à tarde, quando os participantes se reúnem para construir uma possibilidade de interação social, por meio da circulação na cidade.
A tarefa deste grupo está centrada no que é exterior à instituição. Diante disso, fazemos uma discussão incluindo as diferentes sugestões e idéias de atividades e/ou passeios. Quando, por fim, é escolhido um programa, este pode ser ir a um museu, cinema, teatro, parque, café, sorveteria ou qualquer outra idéia que tenha seja acolhida pela maioria do grupo e que diga respeito ao fora, ao espaço coletivo-social.
Com o acompanhamento de terapeutas, o grupo faz sua empreitada pelo meio urbano, circulando na cidade e nos espaços públicos, se dispondo às influências dos mesmos. Muitas vezes, este contato com o mundo não é muito amigável para alguns, ou sugere dificuldades para outros. Por estas razões, é de extrema importância que o passeio seja feito em grupo, já que assim, podemos compartilhar as inseguranças, os medos e as vontades. O apoio que um integrante pode dar ao outro é o acordo básico necessário para a sustentação da atividade, fazendo com que os integrantes se “acompanhem” nesta importante troca cidade-sujeito.
Reunião de família
São reuniões terapêuticas realizadas quinzenalmente, com os pacientes e seus familiares, sob a coordenação de dois terapeutas.
Acreditamos que, para que o tratamento de um paciente psicótico ou neurótico grave tenha resultado, é fundamental que a família possa ser acompanhada e esteja implicada no mesmo.
O objetivo destas reuniões é, não só acolher os familiares como pessoas que também carregam um sofrimento, como proporcionar um entendimento da dinâmica familiar e buscar um sentido para a doença de um de seus membros. A partir da compreensão e elaboração dos lugares e papéis de cada um no grupo familiar, é possível ir desconstruindo este modo de existir, que tão duramente se cristalizou, para que possam ser viabilizados outros, mais saudáveis e criativos.